Este mês recusei a minha presença em alguns eventos literários, para meu prejuízo. Apenas fui ver a exposição em Alcoutim, onde o meu poema está presente. Uma viagem que me obrigou a voltas na Serra do Caldeirão (para variar, ultimamente ando sempre às voltas na Serra do Caldeirão), uma vez que a estrada está cortada depois de Mértola.
Não estive em Óbidos, não estive em Beja, não estive em Elvas. Num mês que também é contemplado com o aniversário dos meus dois filhos (não são gémeos, nem fazem anos no mesmo dia), com um outono bem instalado de mau tempo, a minha disponibilidade para andar de um lado para o outro a meu custo desapareceu. Da mesma forma me aborrece almoços e jantares, muita comida e bebida, cujo apetite me desaparece entre tachos e travessas. O tempo foge-me das mãos, é difícil entregá-lo à escrita, quanto mais a eventos.
Mas a verdade é que a nossa presença é importante, sermos convidados é sinal que se lembram de nós, e quem não é visto é esquecido. Por isso eu digo, não vou em meu prejuízo. Tenho plena consciência disso.
Não é a primeira vez que me sinto no limbo, de não conseguir dar resposta às solicitações da escrita, ao mesmo tempo que não posso abandonar tudo o resto. Para agravar este avizinha-se um ano de muito trabalho, com aulas assistidas para avaliação e horas de formação a realizar em tempo record para poder passar de escalão remuneratório. É com esforço que continuo com um ritmo muito alto de participação em revistas, coletâneas, prémios literários, mas não quero prescindir disso. Porque se assim não for, o que será do meu eu literário, quando levo dias sem pegar no romance que estou a rever, sem pegar num outro manuscrito para escrever… A participação intensiva em publicações que tenho enveredado no último ano é o que ainda me faz sentir viva neste mundo.
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Novidades
8 horas de trabalho, 8 de lazer e 8 de descanso e Sociedade sem carros, textos no Repórter Sombra
À espera do barco que não chega, pequeno conto na revista Palavrar.
Santa Bárbara Bendita é o conto com que participo na última coletânea da Assesta, Minas
Em resultado de ter participado no Concurso de Poesia em Alcoutim, no qual fui agraciada com uma Menção Honrosa com o meu poema “Um dia a terra emitiu um urro profundo…”, houve uma exposição na Biblioteca Municipal em Alcoutim, em colaboração com a Akivida, Universidade de Tempos Livres de Vila Real de Santo António, com as ilustrações e quadros elaborados a partir dos poemas dos participantes. Que alentejano ficou o quadro para o meu poema!
Recomendações
Nem de propósito, este artigo da newsletter da Soares de Albuquerque (que partilho aqui muitas vezes), veio de encontro ao meu estado de espírito atual. Se tivesse sido eu a estar naquela reunião, a ouvir aquelas palavras paternalistas, só respondia: “Mas sabe quantos anos eu tenho?! Tenho 42 anos!” e desligava a sessão.
Recordar
Publicado na revista InComunidade em 10/2021
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