Janeiro 2025

Porque fechei a atividade nas finanças enquanto escritora?

fev 01, 2025

Fechei a minha atividade enquanto escritora nas finanças. Fi-lo porque simplesmente não faz sentido ter uma atividade em aberto sem qualquer tipo de movimentação. Dizer isto assim em público é um regozijo para todos aqueles que acham que fujo aos impostos por vender livros pela Amazon (que se há-de fazer a pessoas que acham que a Amazon é a Vinted). A verdade é que são cada vez menos os eventos em que participo, uma vez que os eventos não são remunerados, e acabo por fazer uma escolha criteriosa naqueles em que participo. Porque afinal eu tenho um trabalho e não vivo da escrita, andar de um lado para o outro custa e cansa - isso de pagar é só para escritores a sério e que vivem na escrita. Sim, é o que pensam muitos municípios. E porque, se aparecer alguma coisa esporádica posso sempre passar um recibo verde e lixar o meu IRS. Sem problema. Deixo algumas sugestões de como organizadores podem ajudar os escritores:

Pagar a viagem (combustível, bilhete), para isso basta entregar um recibo de compra.
Oferecer uma noite num alojamento - não precisa de ser um hotel de 5 estrelas com garrafa de champanhe de frutos do bosque vindos da ilha Tristão da Cunha, porque afinal não somos divas do Rock & Roll.
Pagar uma refeição.
Comprar livros do autor para a sua biblioteca (e não estar à espera que o autor ainda ofereça o livro), o que pode ser pela editora ou pela empresa em que o autor está a vender os livros, porque como já não passa recibos, o autor já não o pode fazer diretamente.
Oferecer um cabaz. Os escritores costumam gostar de produtos tradicionais, artigos de papelaria e livros - podem ser de outro escritor a quem tenham comprado…
Oferecer um vale de um hipermercado

Bem, já recebi de tudo isto, menos o vale de supermercado. Fica a dica. E se tiverem mais ideias digam, que eu depois atualizo esta lista.

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Considero esta conversa importante porque estamos a viver momentos diferentes no que diz respeito à literatura. Por um lado o número de leitores (ou melhor, de compradores de livros) e de vendas de livros está a subir. Por outro lado os ebooks permitem pirataria. Livros sempre se emprestaram (e se deram, e se roubaram), fala-se de números de vendas, não de números de livros livros (aliás, pelos vistos até parece feio dizer que se lê muito), e nas bibliotecas nunca se venderam livros. Louvo muito a iniciativa da Biblioled. Recordo que, aqui há uns bons anos conheci uns músicos profissionais, na altura também a sentirem o efeito do mp3 na pirataria, e na verdade, não os via preocupados. Ainda devo ter por ali um CD pirateado por eles próprios - e que eles ofereciam. Porque nunca tinha sido com os discos que eles ganhavam dinheiro, eles ganhavam com os concertos, os grandes perdedores foram as editoras discográficas. Hoje, as editoras discográficas ganham dinheiro com o revivalismo dos vinis, os músicos continuam a ganhar dinheiro com os concertos, mesmo os que não são conhecidos do grande público, mas os escritores só têm de agradecer pela publicidade que é aparecer a sua fotografia numa agenda de um município.

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A todas estas estrelas OBRIGADO - edição comemorativa do programa de rádio/ podcast A Culpa é das Estrelas, com os textos lidos dos diferentes autores. Podem encontrar aqui os meus textos, que já não estavam inéditos: “Fantasma”, “Amigas”, “Criei um poema na minha imaginação…”, “A arma debaixo da almofada”, “As sucateiras”, “Carinho comprado”, “Memória oral”, “Verão triste”, “No Oceanário”, “Às vezes sou Clarisse”, “O pensamento e a observação do mundo”
Errar com Crianças e Visitar Literatura no Alentejo, artigos no Repórter Sombra
Bruxedo de Revista, conto na Fábrica do Terror.

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Eu tinha mais artigos para partilhar, mas novamente está a tornar-se difícil fazer esta parte.